25 de jul. de 2014

Sermão: Luz e Voz - 7. A Técnica. "Orientação aos Pregadores"

“Tem sermões que parecem verdadeiras cartas de amor: começam sem saber o que falar e terminam sem saber o que disse”(Rousseau).

A Sétima palavra é “Técnica”, e também serve de ligação entre o texto e o ouvinte ajudando o comunicador a entregar uma mensagem interessante, clara e objetiva, de forma que atraia a atenção e conquiste a simpatia de todos.

É pensar no como dar ao caminhante um mapa da estrada que lhe seja útil, compreensivo, bonito, com informações necessárias para que todos, crianças e adultos, consigam lê-lo sem dificuldades e ninguém se perca.

A mensagem precisa ter ordem: início, meio e fim, tudo em harmonia com o anunciado, para segurança de todos. Por isso, antes de se transmitir idéias é preciso se passar confiança, pois quem vai querer seguir a alguém perdido.

Portanto o início da fala é o momento de ganhar o ouvinte ou colocá-lo para dormir. Então pedir desculpas dizendo não está preparado é um erro imperdoável, o mesmo que gritar: “por favor, não me escutem. Desliguem-se”.

Ainda que o orador não se sinta seguro, irá se comportar como estando: postura reta, gestos tranquilos, olhar seguro, sorriso leve, voz firme. E tudo isto mantido por um coração acelerado e pernas trêmulas, que somente ele saberá.

Outro momento crítico é a conclusão. Ouvir alguém dizendo:“concluindo!”, mas sem nunca terminar, ou percebê-lo fazendo rodeios, tentando achar a saída é duro, cansativo e angustiante. Saiba que para o ouvinte a conclusão lhe ajudará a entender a mensagem, gravando-na em sua mente e coração. Então dedique-se.

Prepare-se para abri e fechar seu trabalho com chave de ouro.

18 de jul. de 2014

Sermão: Luz e Voz - 6. O Treino. "Orientação aos Pregadores"

“Tudo aquilo em que se pode pensar, pode ser pensado claramente” (L. Wittgenstein).

A Sexta palavra é “Treino”, outra importante etapa na fase de preparação servindo de elo entre a produção e a execução, o texto e o auditório. Um esmero para a melhor entrega do que se pretende comunicar.

É como uma vistoria na estrada antes de liberá-la ao público. Conferindo se as placas condizem ao percurso, se os trechos estão bem sinalizados em sincronia com os mapas. E para isto todo o trajeto deverá ser percorrido novamente.

O comunicador precisa está seguro do que falará não somente quanto ao conteúdo mas também quanto a sua apresentação. E é neste momento que bons trabalhos se perdem deixando de converter luz em voz.

Portanto para a proteção de todos, o comunicador deveria fazer um esboço do que se deseja falar: evitando os lapsos de memória ou os desvios intoleráveis. O esboço deverá conter as principais idéias da mensagem para que o comunicador possa recorrê-las durante sua fala, discretamente, quantas vezes que precisar.

E para não ficar preso no papel ou perdido no próprio esboço, bom seria que o orador treinasse em casa, mentalmente ou até mesmo diante do espelho: uma firme leitura do texto, o início da mensagem, principais pontos, conclusão e tempo.

O treino servirá também para se melhorar as idéias, deixá-las simples e mais interessantes. Pensar no quê e no como se falará, no mínimo de tempo possível, sem perder a qualidade e a organização.

Portanto a mensagem é um diamante bruto, que precisa ser lapidada. (Tchai Hoth)

Breve Poema: A Encruzilhada da Cruz


Todos enfrentam o tempo: uma cruz.
O tempo não perdoa a ninguém,
Dias e dias não podem resgatar;
Os funerais dão provas disto.
Sementes nascem, sementes morrem.


E o tempo continua ceifando.
Não há quem não caia.
Forte e fracos,
Ricos e pobres,
Espertos e tolos,
Tombam-se diante do foi-se.
Abatem-se os troncos:
Morremos!

A vida é uma questão de tempo!

Certamente todos enfrentam o tempo,
Resta-nos, então, poucas linhas...
Um Acróstico? Amém! Graças ao
Zelo divino! O tempo não foi perdoado: A Cruz!

(Tchai Hoth - Acróstico a Encruzilhada da Cruz)

11 de jul. de 2014

Sermão: Luz e Voz - 5. O Tutor. "Orientação aos Pregadores"

“Tem gente que prega a respeito da Palavra de Deus, mas não prega a Palavra de Deus.” (Hernandes Dias Lopes)”

A Quinta palavra é “Tutor”, significando aquele que protege, ampara e defende outra pessoa. E será o crivo, a quem o comunicador apresentará suas conclusões do texto, antes de levá-las ao público.

O Tutor é como uma consulta aos mapas antigos, a fim de atestar se nossas marcações e traçados do caminho conferem com a realidade. Se nossas passadas correspondem as pegadas de outros que passaram por ali.

Para a comunicação bíblica o principal de todos os tutores é a própria Bíblia, único mapa infalível. O texto estudado deverá estar em harmonia com a Bíblia toda. Nossa tese, ou afirmações não poderão entra em contradição com as Escrituras e isto é chamado de “analogia fidei”, ou analogia da fé.

Portanto os textos mais difíceis ou obscuros, deverão ser interpretados à luz de textos mais claros. Ou seja, se uma conclusão não tiver apoio de outros textos bíblicos, ela está equivocada. Se houver apenas um texto bíblico que apoie a ideia, estude mais, pois provavelmente nem mesmo este texto você tenha.

Toda originalidade deverá ser evitada: o comunicador bíblico foi chamado e comissionado para dizer aquilo que já está dito. Devendo consultar então estudos, pesquisas e conclusões de especialistas que analisaram a mesma passagem.

Consciente de que a Bíblia não é um emaranhado de idéias, pelo contrário, Ela possui em seu interior um fio de ouro a ligar todas as suas páginas. E guiará o estudante no chamado plano divino para a salvação humana. (Tchai Hoth)

5 de jul. de 2014

Sermão: Luz e Voz - 4. A Tese. "Orientação aos Pregadores"

“Só há um segredo para o sucesso: entender o ponto de vista do outro tão bem quanto o seu.” (Henry Ford)

A Quarta palavra é a “Tese” que após temeroso cuidado com o texto e muito trabalho, o comunicador terá condições de apresentar aos seus ouvintes como sendo o seu entendimento sobre a passagem.

A Tese não é apenas um saber dos detalhes da estrada: início, retas, curvas e destino, mas sim uma compreensão do porquê ela existe e faz aquele percurso. E isto é se esforçar para tentar enxergar o ponto de vista do seu projetista.

No caso bíblico a tese é uma afirmação teológica onde o comunicador após acurada investigação se sente capaz de dizer o propósito daquele texto específico, levando em consideração seu conteúdo e contexto histórico.

Ao se afirmar que “este texto diz isto” ou “foi escrito com tal intenção”, cumpre ao comunicador apresentar suas pesquisas de forma clara e ordenada a fim de provar o que está declarando.

Eis um grande desafio: pois mesmo que o comunicador tenha afirmações nobres e verdadeiras, se não puderem ser provadas pelo texto examinado deverá se calar, pois Deus não tem compromisso com nossas idéias e sim com a Palavra dEle.

Estes equívocos não são tão raros e nem se configuram em maldade, mas numa imprecisão a ser evitada. Se a tese não pode ser sustentada pelo texto deve ser abandonada em busca da real afirmação teológica do texto, ou de outro texto.

Como o texto, cada pedra preciosa tem suas características que aos olhos comuns podem até se parecer iguais, mas não para um estudioso. (Tchai Hoth)