15 de ago. de 2014

Sermão: Luz e Voz - 10. O Tom. "Orientação aos Pregadores"

"Há algumas mensagens que se parecem com verdadeiras espadas: são longas, chatas e frias” (Anônimo).

A Décima palavra é “Tom” ou entonação e se preocupa com a utilização da voz, o como o orador se servirá dela em todas as etapas da mensagem para uma comunicação clara, agradável e efetiva.

Como um bom conhecedor de todos os detalhes da estrada, o guia saberá apresentar aos seguidores os lugares mais interessantes e especiais do caminho: quer sejam os perigos ocultos; ou as belezas escondidas dos olhares comuns.

Estudos indicam que apenas 7% do significado de uma mensagem é verbal (por palavras), enquanto que 38% dela é vocal (por tom de voz, velocidade, ritmo, volume e entonação), pois onde as palavras entregam idéias, a voz leva emoções.

Falar é pintar um quadro para ser ouvido, por isso é tão importante agregar sentimento ao que se diz: sussurro, grito; pausa, pressa; suavidade, gravidade darão cor a obra destacando os detalhes. A ênfase dos textos ou o auge da mensagem serão sinalizados pela maneira como se fala.

Por isso, esconder a boca ao se falar no microfone é uma falha que diminui a comunicação, pois o ouvinte está condicionado a ler os lábios de quem fala como auxilio da compreensão e percepção das emoções do orador.

Empostar a voz sempre, gritar somente quando necessário. O grito serve de ênfase, e se tudo for destacado, nada terá destaque. Há uma máxima que diz que quem muito grita é porque tem pouco argumento. Então busque modular a voz.

A joia será mais polida do lado que se deseje que brilhe mais. (Tchai Hoth)

9 de ago. de 2014

Sermão: Luz e Voz - 9. O Tato. "Orientação aos Pregadores"


“Quando a congregação cai no sono, há apenas uma coisa a se fazer: dar ao porteiro uma vara longa e fazê-lo cutucar o pregador” (H. W. Beecher)”.

A Nona palavra é “Tato”, empregada aqui para descrever a sensibilidade do comunicador para com seu auditório. É chamado “feedback” ou capacidade de se perceber a reação do outro e rapidamente se adaptar a ela.

É como o guia que analisa os caminhantes enquanto lhe seguem: se estão interessados, dispostos, atentos ou não, para poder ajudá-los, estimulá-los a fim de que todos juntos possam fazer um agradável passeio.

Portanto no gabinete o orador estuda os textos; mas do púlpito ele estuda o auditório. Atento aos sinais corporais que os ouvintes lhe enviam em resposta, se a comunicação está realmente acontecendo ou se perdendo.

O orador deve estar atento aos bocejos, cabeças baixas e bancos rangendo em demasia, para que reaja à tempo e se salve. Empostar a voz, movimentar-se, contar uma ilustração rápida, interessante, relacionada ao texto poderão ajudar.

Mas caso não funcione passe a resumir a mensagem no que é essencial. E se nada mudar, então mude: respire fundo e se dedique ao máximo para concluir bem: saiba que neste caso um “grand finale” poderá salvar todo o processo.

Estudos dizem que apenas 7% do significado de uma mensagem são feitos verbalmente; por isso é importante dividir a mensagem em partes, com início, meio, fim: para facilitar a vida do ouvinte, ajudá-lo a voltar à linha de raciocínio caso se perca algum momento, e poder então lhe entregar o máximo de conteúdo.

É o tato do artista que faz com que o precioso se torne jóia rara (Tchai Hoth).

1 de ago. de 2014

Sermão: Luz e Voz - 8. O Tempo. "Orientação aos Pregadores"

“Dependendo do pregador: dez minutos se parecem uma hora; uma hora se parecem dez minutos”(Anônimo).

A Oitava palavra é o “Tempo” e está relacionado à fase de execução da oratória, devendo ser respeitada como uma das etapas mais difíceis na entrega da mensagem. Será amargo companheiro; ou desfrutável companhia.

É a velocidade com que o guia conduzirá seus seguidores pela estrada, preocupado-se com os limites da via e viajores: não será lento ou apressado. Detalhista de mais, ou desinteressado: sem rumo, em círculos, ziguezagueando...

O bom comunicador é seletivo, pois ao fim de suas pesquisas terá condições e material suficientes para falar por horas num determinado assunto. Eis uma tentação a ser evitada: comunicar não é sufocar, comunicar é informar.

Há uma máxima na comunicação que afirma: quem muito fala, nada diz. Ou seja, o orador deverá ser preciso em suas palavras, sem perder o alvo. Esforçando-se para levar o máximo de informações importantes no mínimo de tempo.

Nem tudo o que é interessante para o comunicador será interessante para o ouvinte. O orador precisa ser discreto, não aparecer mais do que a mensagem. Comunicar não é exibir conhecimento, mas é ser útil como conhecedor.

Por outro lado, pior do que ouvir alguém sem conteúdo é ouvi-lo por muito tempo. Pior do que ouvir um sermão de uma hora é perceber que tudo poderia ser dito em vinte minutos, sem rodeios. Mensagens repletas de informações irrelevantes.

Lembre-se: o joalheiro não leva à exposição o esforço da fabricação das peças, mas sim e somente o que é importante: a beleza das jóias. (Tchai Hoth)