28 de jun. de 2014

Sermão: Luz e Voz - 3. O Trabalho. "Orientação aos Pregadores"

“Nada grandioso demais, foi conseguido sem entusiasmo”. (R. W. Emerson)

A Terceira palavra fala da dedicação de quem deseja ensinar, passando a maior parte do tempo calado. Aprendendo em silêncio nos livros, esboçando idéias e secretamente lendo e meditando para tentar ouvir a voz do “Texto”.

O comunicador é um guia que estudou a estrada para sinalizá-la aos outros. Conduz seus ouvintes como quem coloca placas: indicando trajetória, paradas obrigatórias, advertências, limites, alertas. Portanto precisa conhecê-la em detalhes.

Algumas perguntas deverão ser feitas ao Texto: “quem escreveu?”, “para quem?”, “quando?, “por quê?”, “pra quê?”, “o que diz antes e depois?, “onde?”, quantos parágrafos?”, “como estão ligados?”; “quais as ações de cada frase?” “em que tempo estão?”, “o significado pra época?” E então, “o que tem a ver conosco?

Ele conhece a máxima latina “Traduttore, traditore”, “todo tradutor é um traidor”. Então se esforça para honrar o autor, que embora usasse diferentes gêneros: poesia, parábola, profecia, narrativa histórica, escreveu para ser entendido. Então não há enigmas, mensagens subliminares ou ocultas, o que há é dedicação e trabalho.

Cada palavra deverá ser considerada dentro do seu contexto histórico e gramatical em busca da intenção do autor, para se entender “a verdade do texto”. E somente então se aplicará aos ouvintes. Cada texto quer dizer alguma coisa e o que ele diz pode ser aplicado de diferentes formas, sempre com respeitada coerência.

Enfim, o comunicador é um garimpeiro de pedras preciosas, que ao encontrá-las com esforço, corre para mostrar aos outros a beleza do seu achado. (Tchai Hoth)

25 de jun. de 2014

Sermão: Luz e Voz - 2. O Texto. "Orientação aos Pregadores"

“Minha consciência é escrava da Palavra de Deus” (Martinho Lutero).

A Segunda palavra está relacionada ao conteúdo. Uma vez que o “Temor” são as cercas de proteção do caminhante o “Texto” é a firme pavimentação ou o leito desta estrada sobre a qual se pretende seguir.

Quando os textos eram escritos letra por letra com um formão entalhando palavras em tábuas, ler era o cuidado de guiar os dedos pelos sulcos ou o leito na madeira, daí a palavra “leitura”. Portanto o bom leitor não se devia.

Cada texto é escrito com uma intenção específica e não deve ser usado por pretexto, dizendo aquilo que ele não diz. Não invente, mantenha-se fiel. O comunicador não é porta-voz da Bíblia, mas sim uma testemunha fiel: que falará somente o que viu; e jamais o que acha ou pensa. Ele é apenas um servo.

Saiba que o bom sermão dependerá de uma excelente leitura. Cuide-se de conhecer o significado de cada palavra do texto, tenha um bom dicionário. Evite explicar o que é claro. Detenha-se, salve o auditório de ouvir histórias sem fim. Esconda-se atrás da Bíblia. Honre a Deus, respeite os ouvintes: Pregue a Palavra.

Alquimistas diziam conhecer o suficiente para transformar metal comum em ouro; hoje alguns pregadores são verdadeiros alquimistas da desordem, e por falta de esforço tentam transformar o santo Ouro Bíblico em coisa comum.

Portanto dedique-se ao ler o texto: emposte a voz, respire, respeite as pausas e as ênfases. Seja claro, intrépido, audível. Se necessário, treine em casa, pois uma boa leitura valerá tanto ou mais do que um belo sermão. (Tchai Hoth)

23 de jun. de 2014

Sermão: Luz e Voz - 1. O Temor. "Orientação aos Pregadores"

“Deus não tem compromisso com seus ideais. Deus tem compromisso com a Palavra dEle” (Hernandes Dias Lopes).

A Primeira das dez palavras aos comunicadores à serviço da piedade é a palavra “Temor”. Entendida por cuidado, medo e respeito. Sentimento vital para todo minerador de pedras preciosas em cavernas profundas.

Deverá ser considerado antes de qualquer passo e sem ele nada deverá ser feito em relação as coisas sagradas, pois o “Temor” ao Senhor é o princípio, meio, resultado e propósito de todo o intento (Sl 25.14; Pv 9.10, Is 33.6, Ec 12.13).

Indica o cuidado, a coerência de quem ama mais a Deus do que as coisas de Deus, como disse Davi: “outro bem não possuo, senão a Ti somente...” (Sl 16.2). É o “Orare et labutare” de Lutero afirmando que a oração precede, motiva o trabalho.

Este respeito ou reverência serão as cercas do caminho a proteger o mensageiro do perigo de querer aparecer mais do que a mensagem ou o Senhor da mensagem, o que seria um desserviço. Portanto agradar a Deus deverá ser a meta em todas as etapas até a entrega do que se pretende comunicar.

Nesta tarefa portanto, o medo de falhar, a vergonha ou opinião alheia que paralisam a muitos são também os combustíveis de tantos outros, que por isso se prepararam ainda mais para um melhor resultado. O autocontrole será o diferencial.

Saibamos que o medo gera em nós um estado de alerta. Descarregando adrenalina nas correntes sanguíneas: acelera o coração, dilata a pupila, para uma atenção exagerada a tudo o que ocorre ao redor. Dever então ser visto como aliado. (Tchai Hoth)

21 de jun. de 2014

Sermão: Luz e Voz - Introdução. "Orientação aos Pregadores"


INTRODUÇÃO:

“O grande sermão não é aquele que nos faz dizer: que grande sermão!, mas aquele que nos faz dizer: que grande Deus!” (Spurgeon).

Para esta série de orientações aos pregadores, professores de escola dominical, liturgistas, comunicadores e palestrantes se aplicará o Método “T” para a instrução dos que querem aprenderem ou se aprimorarem numa das mais excelentes das artes: a arte de se falar em público e instruir pessoas.

Embora fosse algo natural, o falar bem é uma arte que deve ser desenvolvida. As palavras à serviço do orador pintarão ou borrarão belos quadros. Tudo dependerá do cuidado e esforço do artista na escolha e uso do material.

O Método “T” se fundamenta em doze palavras iniciadas pela Letra “T”, para facilitar a memorização de regras importantes que jamais deverão ser ignoradas na arte da comunicação, especialmente a da Santa Palavra de Deus.

As palavras são: Temor; Texto, Trabalho, Tese, Tutor, Treino, Técnica, Tempo, Tato, Tom, Término, Testemunho. Que se respeitadas serão amigas do orador para uma boa comunicação, mas se ignoradas serão inimigas de todos: oradores e ouvintes.

O primeiro grupo de palavras: Temor, Texto, Trabalho, Tese, Tutor e Treino são a preparação do que se falará, enquanto que o segundo grupo: Técnica, Tempo, Tom, Tato, Término e Testemunho, dizem da execução, ou do como se falará.

E como se dá nas áreas das aplicações humanas, a etapa da preparação consome 90% de todo o trabalho, porém será os 10% restantes, ou execução, que coroará ou não todo o serviço, como um diamante num anel dourdado. (Tchai Hoth)