15 de ago. de 2014

Sermão: Luz e Voz - 10. O Tom. "Orientação aos Pregadores"

"Há algumas mensagens que se parecem com verdadeiras espadas: são longas, chatas e frias” (Anônimo).

A Décima palavra é “Tom” ou entonação e se preocupa com a utilização da voz, o como o orador se servirá dela em todas as etapas da mensagem para uma comunicação clara, agradável e efetiva.

Como um bom conhecedor de todos os detalhes da estrada, o guia saberá apresentar aos seguidores os lugares mais interessantes e especiais do caminho: quer sejam os perigos ocultos; ou as belezas escondidas dos olhares comuns.

Estudos indicam que apenas 7% do significado de uma mensagem é verbal (por palavras), enquanto que 38% dela é vocal (por tom de voz, velocidade, ritmo, volume e entonação), pois onde as palavras entregam idéias, a voz leva emoções.

Falar é pintar um quadro para ser ouvido, por isso é tão importante agregar sentimento ao que se diz: sussurro, grito; pausa, pressa; suavidade, gravidade darão cor a obra destacando os detalhes. A ênfase dos textos ou o auge da mensagem serão sinalizados pela maneira como se fala.

Por isso, esconder a boca ao se falar no microfone é uma falha que diminui a comunicação, pois o ouvinte está condicionado a ler os lábios de quem fala como auxilio da compreensão e percepção das emoções do orador.

Empostar a voz sempre, gritar somente quando necessário. O grito serve de ênfase, e se tudo for destacado, nada terá destaque. Há uma máxima que diz que quem muito grita é porque tem pouco argumento. Então busque modular a voz.

A joia será mais polida do lado que se deseje que brilhe mais. (Tchai Hoth)

9 de ago. de 2014

Sermão: Luz e Voz - 9. O Tato. "Orientação aos Pregadores"


“Quando a congregação cai no sono, há apenas uma coisa a se fazer: dar ao porteiro uma vara longa e fazê-lo cutucar o pregador” (H. W. Beecher)”.

A Nona palavra é “Tato”, empregada aqui para descrever a sensibilidade do comunicador para com seu auditório. É chamado “feedback” ou capacidade de se perceber a reação do outro e rapidamente se adaptar a ela.

É como o guia que analisa os caminhantes enquanto lhe seguem: se estão interessados, dispostos, atentos ou não, para poder ajudá-los, estimulá-los a fim de que todos juntos possam fazer um agradável passeio.

Portanto no gabinete o orador estuda os textos; mas do púlpito ele estuda o auditório. Atento aos sinais corporais que os ouvintes lhe enviam em resposta, se a comunicação está realmente acontecendo ou se perdendo.

O orador deve estar atento aos bocejos, cabeças baixas e bancos rangendo em demasia, para que reaja à tempo e se salve. Empostar a voz, movimentar-se, contar uma ilustração rápida, interessante, relacionada ao texto poderão ajudar.

Mas caso não funcione passe a resumir a mensagem no que é essencial. E se nada mudar, então mude: respire fundo e se dedique ao máximo para concluir bem: saiba que neste caso um “grand finale” poderá salvar todo o processo.

Estudos dizem que apenas 7% do significado de uma mensagem são feitos verbalmente; por isso é importante dividir a mensagem em partes, com início, meio, fim: para facilitar a vida do ouvinte, ajudá-lo a voltar à linha de raciocínio caso se perca algum momento, e poder então lhe entregar o máximo de conteúdo.

É o tato do artista que faz com que o precioso se torne jóia rara (Tchai Hoth).

1 de ago. de 2014

Sermão: Luz e Voz - 8. O Tempo. "Orientação aos Pregadores"

“Dependendo do pregador: dez minutos se parecem uma hora; uma hora se parecem dez minutos”(Anônimo).

A Oitava palavra é o “Tempo” e está relacionado à fase de execução da oratória, devendo ser respeitada como uma das etapas mais difíceis na entrega da mensagem. Será amargo companheiro; ou desfrutável companhia.

É a velocidade com que o guia conduzirá seus seguidores pela estrada, preocupado-se com os limites da via e viajores: não será lento ou apressado. Detalhista de mais, ou desinteressado: sem rumo, em círculos, ziguezagueando...

O bom comunicador é seletivo, pois ao fim de suas pesquisas terá condições e material suficientes para falar por horas num determinado assunto. Eis uma tentação a ser evitada: comunicar não é sufocar, comunicar é informar.

Há uma máxima na comunicação que afirma: quem muito fala, nada diz. Ou seja, o orador deverá ser preciso em suas palavras, sem perder o alvo. Esforçando-se para levar o máximo de informações importantes no mínimo de tempo.

Nem tudo o que é interessante para o comunicador será interessante para o ouvinte. O orador precisa ser discreto, não aparecer mais do que a mensagem. Comunicar não é exibir conhecimento, mas é ser útil como conhecedor.

Por outro lado, pior do que ouvir alguém sem conteúdo é ouvi-lo por muito tempo. Pior do que ouvir um sermão de uma hora é perceber que tudo poderia ser dito em vinte minutos, sem rodeios. Mensagens repletas de informações irrelevantes.

Lembre-se: o joalheiro não leva à exposição o esforço da fabricação das peças, mas sim e somente o que é importante: a beleza das jóias. (Tchai Hoth)

25 de jul. de 2014

Sermão: Luz e Voz - 7. A Técnica. "Orientação aos Pregadores"

“Tem sermões que parecem verdadeiras cartas de amor: começam sem saber o que falar e terminam sem saber o que disse”(Rousseau).

A Sétima palavra é “Técnica”, e também serve de ligação entre o texto e o ouvinte ajudando o comunicador a entregar uma mensagem interessante, clara e objetiva, de forma que atraia a atenção e conquiste a simpatia de todos.

É pensar no como dar ao caminhante um mapa da estrada que lhe seja útil, compreensivo, bonito, com informações necessárias para que todos, crianças e adultos, consigam lê-lo sem dificuldades e ninguém se perca.

A mensagem precisa ter ordem: início, meio e fim, tudo em harmonia com o anunciado, para segurança de todos. Por isso, antes de se transmitir idéias é preciso se passar confiança, pois quem vai querer seguir a alguém perdido.

Portanto o início da fala é o momento de ganhar o ouvinte ou colocá-lo para dormir. Então pedir desculpas dizendo não está preparado é um erro imperdoável, o mesmo que gritar: “por favor, não me escutem. Desliguem-se”.

Ainda que o orador não se sinta seguro, irá se comportar como estando: postura reta, gestos tranquilos, olhar seguro, sorriso leve, voz firme. E tudo isto mantido por um coração acelerado e pernas trêmulas, que somente ele saberá.

Outro momento crítico é a conclusão. Ouvir alguém dizendo:“concluindo!”, mas sem nunca terminar, ou percebê-lo fazendo rodeios, tentando achar a saída é duro, cansativo e angustiante. Saiba que para o ouvinte a conclusão lhe ajudará a entender a mensagem, gravando-na em sua mente e coração. Então dedique-se.

Prepare-se para abri e fechar seu trabalho com chave de ouro.

18 de jul. de 2014

Sermão: Luz e Voz - 6. O Treino. "Orientação aos Pregadores"

“Tudo aquilo em que se pode pensar, pode ser pensado claramente” (L. Wittgenstein).

A Sexta palavra é “Treino”, outra importante etapa na fase de preparação servindo de elo entre a produção e a execução, o texto e o auditório. Um esmero para a melhor entrega do que se pretende comunicar.

É como uma vistoria na estrada antes de liberá-la ao público. Conferindo se as placas condizem ao percurso, se os trechos estão bem sinalizados em sincronia com os mapas. E para isto todo o trajeto deverá ser percorrido novamente.

O comunicador precisa está seguro do que falará não somente quanto ao conteúdo mas também quanto a sua apresentação. E é neste momento que bons trabalhos se perdem deixando de converter luz em voz.

Portanto para a proteção de todos, o comunicador deveria fazer um esboço do que se deseja falar: evitando os lapsos de memória ou os desvios intoleráveis. O esboço deverá conter as principais idéias da mensagem para que o comunicador possa recorrê-las durante sua fala, discretamente, quantas vezes que precisar.

E para não ficar preso no papel ou perdido no próprio esboço, bom seria que o orador treinasse em casa, mentalmente ou até mesmo diante do espelho: uma firme leitura do texto, o início da mensagem, principais pontos, conclusão e tempo.

O treino servirá também para se melhorar as idéias, deixá-las simples e mais interessantes. Pensar no quê e no como se falará, no mínimo de tempo possível, sem perder a qualidade e a organização.

Portanto a mensagem é um diamante bruto, que precisa ser lapidada. (Tchai Hoth)

Breve Poema: A Encruzilhada da Cruz


Todos enfrentam o tempo: uma cruz.
O tempo não perdoa a ninguém,
Dias e dias não podem resgatar;
Os funerais dão provas disto.
Sementes nascem, sementes morrem.


E o tempo continua ceifando.
Não há quem não caia.
Forte e fracos,
Ricos e pobres,
Espertos e tolos,
Tombam-se diante do foi-se.
Abatem-se os troncos:
Morremos!

A vida é uma questão de tempo!

Certamente todos enfrentam o tempo,
Resta-nos, então, poucas linhas...
Um Acróstico? Amém! Graças ao
Zelo divino! O tempo não foi perdoado: A Cruz!

(Tchai Hoth - Acróstico a Encruzilhada da Cruz)

11 de jul. de 2014

Sermão: Luz e Voz - 5. O Tutor. "Orientação aos Pregadores"

“Tem gente que prega a respeito da Palavra de Deus, mas não prega a Palavra de Deus.” (Hernandes Dias Lopes)”

A Quinta palavra é “Tutor”, significando aquele que protege, ampara e defende outra pessoa. E será o crivo, a quem o comunicador apresentará suas conclusões do texto, antes de levá-las ao público.

O Tutor é como uma consulta aos mapas antigos, a fim de atestar se nossas marcações e traçados do caminho conferem com a realidade. Se nossas passadas correspondem as pegadas de outros que passaram por ali.

Para a comunicação bíblica o principal de todos os tutores é a própria Bíblia, único mapa infalível. O texto estudado deverá estar em harmonia com a Bíblia toda. Nossa tese, ou afirmações não poderão entra em contradição com as Escrituras e isto é chamado de “analogia fidei”, ou analogia da fé.

Portanto os textos mais difíceis ou obscuros, deverão ser interpretados à luz de textos mais claros. Ou seja, se uma conclusão não tiver apoio de outros textos bíblicos, ela está equivocada. Se houver apenas um texto bíblico que apoie a ideia, estude mais, pois provavelmente nem mesmo este texto você tenha.

Toda originalidade deverá ser evitada: o comunicador bíblico foi chamado e comissionado para dizer aquilo que já está dito. Devendo consultar então estudos, pesquisas e conclusões de especialistas que analisaram a mesma passagem.

Consciente de que a Bíblia não é um emaranhado de idéias, pelo contrário, Ela possui em seu interior um fio de ouro a ligar todas as suas páginas. E guiará o estudante no chamado plano divino para a salvação humana. (Tchai Hoth)

5 de jul. de 2014

Sermão: Luz e Voz - 4. A Tese. "Orientação aos Pregadores"

“Só há um segredo para o sucesso: entender o ponto de vista do outro tão bem quanto o seu.” (Henry Ford)

A Quarta palavra é a “Tese” que após temeroso cuidado com o texto e muito trabalho, o comunicador terá condições de apresentar aos seus ouvintes como sendo o seu entendimento sobre a passagem.

A Tese não é apenas um saber dos detalhes da estrada: início, retas, curvas e destino, mas sim uma compreensão do porquê ela existe e faz aquele percurso. E isto é se esforçar para tentar enxergar o ponto de vista do seu projetista.

No caso bíblico a tese é uma afirmação teológica onde o comunicador após acurada investigação se sente capaz de dizer o propósito daquele texto específico, levando em consideração seu conteúdo e contexto histórico.

Ao se afirmar que “este texto diz isto” ou “foi escrito com tal intenção”, cumpre ao comunicador apresentar suas pesquisas de forma clara e ordenada a fim de provar o que está declarando.

Eis um grande desafio: pois mesmo que o comunicador tenha afirmações nobres e verdadeiras, se não puderem ser provadas pelo texto examinado deverá se calar, pois Deus não tem compromisso com nossas idéias e sim com a Palavra dEle.

Estes equívocos não são tão raros e nem se configuram em maldade, mas numa imprecisão a ser evitada. Se a tese não pode ser sustentada pelo texto deve ser abandonada em busca da real afirmação teológica do texto, ou de outro texto.

Como o texto, cada pedra preciosa tem suas características que aos olhos comuns podem até se parecer iguais, mas não para um estudioso. (Tchai Hoth)

28 de jun. de 2014

Sermão: Luz e Voz - 3. O Trabalho. "Orientação aos Pregadores"

“Nada grandioso demais, foi conseguido sem entusiasmo”. (R. W. Emerson)

A Terceira palavra fala da dedicação de quem deseja ensinar, passando a maior parte do tempo calado. Aprendendo em silêncio nos livros, esboçando idéias e secretamente lendo e meditando para tentar ouvir a voz do “Texto”.

O comunicador é um guia que estudou a estrada para sinalizá-la aos outros. Conduz seus ouvintes como quem coloca placas: indicando trajetória, paradas obrigatórias, advertências, limites, alertas. Portanto precisa conhecê-la em detalhes.

Algumas perguntas deverão ser feitas ao Texto: “quem escreveu?”, “para quem?”, “quando?, “por quê?”, “pra quê?”, “o que diz antes e depois?, “onde?”, quantos parágrafos?”, “como estão ligados?”; “quais as ações de cada frase?” “em que tempo estão?”, “o significado pra época?” E então, “o que tem a ver conosco?

Ele conhece a máxima latina “Traduttore, traditore”, “todo tradutor é um traidor”. Então se esforça para honrar o autor, que embora usasse diferentes gêneros: poesia, parábola, profecia, narrativa histórica, escreveu para ser entendido. Então não há enigmas, mensagens subliminares ou ocultas, o que há é dedicação e trabalho.

Cada palavra deverá ser considerada dentro do seu contexto histórico e gramatical em busca da intenção do autor, para se entender “a verdade do texto”. E somente então se aplicará aos ouvintes. Cada texto quer dizer alguma coisa e o que ele diz pode ser aplicado de diferentes formas, sempre com respeitada coerência.

Enfim, o comunicador é um garimpeiro de pedras preciosas, que ao encontrá-las com esforço, corre para mostrar aos outros a beleza do seu achado. (Tchai Hoth)

25 de jun. de 2014

Sermão: Luz e Voz - 2. O Texto. "Orientação aos Pregadores"

“Minha consciência é escrava da Palavra de Deus” (Martinho Lutero).

A Segunda palavra está relacionada ao conteúdo. Uma vez que o “Temor” são as cercas de proteção do caminhante o “Texto” é a firme pavimentação ou o leito desta estrada sobre a qual se pretende seguir.

Quando os textos eram escritos letra por letra com um formão entalhando palavras em tábuas, ler era o cuidado de guiar os dedos pelos sulcos ou o leito na madeira, daí a palavra “leitura”. Portanto o bom leitor não se devia.

Cada texto é escrito com uma intenção específica e não deve ser usado por pretexto, dizendo aquilo que ele não diz. Não invente, mantenha-se fiel. O comunicador não é porta-voz da Bíblia, mas sim uma testemunha fiel: que falará somente o que viu; e jamais o que acha ou pensa. Ele é apenas um servo.

Saiba que o bom sermão dependerá de uma excelente leitura. Cuide-se de conhecer o significado de cada palavra do texto, tenha um bom dicionário. Evite explicar o que é claro. Detenha-se, salve o auditório de ouvir histórias sem fim. Esconda-se atrás da Bíblia. Honre a Deus, respeite os ouvintes: Pregue a Palavra.

Alquimistas diziam conhecer o suficiente para transformar metal comum em ouro; hoje alguns pregadores são verdadeiros alquimistas da desordem, e por falta de esforço tentam transformar o santo Ouro Bíblico em coisa comum.

Portanto dedique-se ao ler o texto: emposte a voz, respire, respeite as pausas e as ênfases. Seja claro, intrépido, audível. Se necessário, treine em casa, pois uma boa leitura valerá tanto ou mais do que um belo sermão. (Tchai Hoth)

23 de jun. de 2014

Sermão: Luz e Voz - 1. O Temor. "Orientação aos Pregadores"

“Deus não tem compromisso com seus ideais. Deus tem compromisso com a Palavra dEle” (Hernandes Dias Lopes).

A Primeira das dez palavras aos comunicadores à serviço da piedade é a palavra “Temor”. Entendida por cuidado, medo e respeito. Sentimento vital para todo minerador de pedras preciosas em cavernas profundas.

Deverá ser considerado antes de qualquer passo e sem ele nada deverá ser feito em relação as coisas sagradas, pois o “Temor” ao Senhor é o princípio, meio, resultado e propósito de todo o intento (Sl 25.14; Pv 9.10, Is 33.6, Ec 12.13).

Indica o cuidado, a coerência de quem ama mais a Deus do que as coisas de Deus, como disse Davi: “outro bem não possuo, senão a Ti somente...” (Sl 16.2). É o “Orare et labutare” de Lutero afirmando que a oração precede, motiva o trabalho.

Este respeito ou reverência serão as cercas do caminho a proteger o mensageiro do perigo de querer aparecer mais do que a mensagem ou o Senhor da mensagem, o que seria um desserviço. Portanto agradar a Deus deverá ser a meta em todas as etapas até a entrega do que se pretende comunicar.

Nesta tarefa portanto, o medo de falhar, a vergonha ou opinião alheia que paralisam a muitos são também os combustíveis de tantos outros, que por isso se prepararam ainda mais para um melhor resultado. O autocontrole será o diferencial.

Saibamos que o medo gera em nós um estado de alerta. Descarregando adrenalina nas correntes sanguíneas: acelera o coração, dilata a pupila, para uma atenção exagerada a tudo o que ocorre ao redor. Dever então ser visto como aliado. (Tchai Hoth)

21 de jun. de 2014

Sermão: Luz e Voz - Introdução. "Orientação aos Pregadores"


INTRODUÇÃO:

“O grande sermão não é aquele que nos faz dizer: que grande sermão!, mas aquele que nos faz dizer: que grande Deus!” (Spurgeon).

Para esta série de orientações aos pregadores, professores de escola dominical, liturgistas, comunicadores e palestrantes se aplicará o Método “T” para a instrução dos que querem aprenderem ou se aprimorarem numa das mais excelentes das artes: a arte de se falar em público e instruir pessoas.

Embora fosse algo natural, o falar bem é uma arte que deve ser desenvolvida. As palavras à serviço do orador pintarão ou borrarão belos quadros. Tudo dependerá do cuidado e esforço do artista na escolha e uso do material.

O Método “T” se fundamenta em doze palavras iniciadas pela Letra “T”, para facilitar a memorização de regras importantes que jamais deverão ser ignoradas na arte da comunicação, especialmente a da Santa Palavra de Deus.

As palavras são: Temor; Texto, Trabalho, Tese, Tutor, Treino, Técnica, Tempo, Tato, Tom, Término, Testemunho. Que se respeitadas serão amigas do orador para uma boa comunicação, mas se ignoradas serão inimigas de todos: oradores e ouvintes.

O primeiro grupo de palavras: Temor, Texto, Trabalho, Tese, Tutor e Treino são a preparação do que se falará, enquanto que o segundo grupo: Técnica, Tempo, Tom, Tato, Término e Testemunho, dizem da execução, ou do como se falará.

E como se dá nas áreas das aplicações humanas, a etapa da preparação consome 90% de todo o trabalho, porém será os 10% restantes, ou execução, que coroará ou não todo o serviço, como um diamante num anel dourdado. (Tchai Hoth)


12 de mai. de 2014

Rev. Augustus Nicodemus fala sobre a Marcha para Jesus

A "Marcha Para Jesus": Uma Avaliação Crítica (2a edição revisada)*
Autor: Augustus Nicodemus Lopes**

Introdução
[...]
As razões e argumentos, bem como informações institucionais e históricas sobre a Marcha estão disponíveis no site www.marchaparajesus.com.br (em 12/01/2005).

Histórico da Marcha para Jesus
...a primeira Marcha para Jesus aconteceu em 1987 na cidade de Londres (Inglaterra), e...no ano de 1993, chega a vez do Brasil realizar a sua primeira edição do evento, sob a orientação da Renascer. A partir daí, a cada ano, o evento toma mais e mais aspecto de show gospel, apresentação de artistas evangélicos e desfiles, sempre com muita dança ao som de pagode e axé ditos evangélicos. Em alguns locais, não sabemos se de acordo com a coordenação da Marcha ou não, políticos evangélicos têm aproveitado a oportunidade.

A Ideologia por Detrás da Marcha
Existe uma justificativa teológica elaborada para a Marcha, que procura abonar o evento à luz da Bíblia. Os pontos abaixo foram retirados do site Marcha para Jesus (www.marchaparajesus.com.br) e se constituem na "teologia da Marcha". Aliás, a maior parte deles se encontra exatamente debaixo do tópico "teologia" no site da Marcha. Segue um resumo dos principais argumentos, entre outros, seguidos de um breve comentário.

A ordem de "marchar" aparentemente foi dada mediante revelação do Espírito Santo. Diz o site:
A visão inicial da Marcha para Jesus, como qualquer outra ação em que os cristãos empreendem para Deus, está baseado [sic!] no conhecimento e na obediência. Nós acreditamos que Deus diz para nós marcharmos, e esta obediência precede uma revelação. O Espírito Santo de Deus nos conduz em toda a verdade (João 16:13) e a teologia do ato de marcharmos para Jesus emerge quando nós nos engajamos em ouvir o que o Espírito Santo está dizendo para uma Igreja atuante e batalhadora nesta terra.
Comentário: O parágrafo acima não é claro, mas dá a entender que a visão inicial foi mediante uma revelação de Deus, seguida da obediência da Renascer, em cumprir a visão. Líderes da Renascer negam que a visão inicial foi dada por revelação. Contudo, o parágrafo acima sugere que a visão da Marcha foi dada pelo Espírito para a Renascer. Quando nos lembramos que a Renascer tem um "apóstolo" (uso o termo entre aspas, não por qualquer desrespeito ao líder da Renascer, mas porque não creio que existam apóstolos hoje à semelhança dos Doze e de Paulo), imagino que "revelações" (uso o termo entre aspas não por desrespeito às práticas da Renascer, mas porque não creio que existam novas revelações da parte de Deus hoje) devam ser freqüentes.

a Marcha é uma declaração teológica: a Igreja está em movimento e está viva! É o meio pelo qual os cristãos querem ser conhecidos publicamente como discípulos de Jesus.
Comentário: Se esta é a forma bíblica dos cristãos mostrarem que estão vivos e que são seguidores de Jesus, é no mínimo estranho que não encontremos o menor traço de marchas para Jesus no Novo Testamento, ou para Deus no Antigo.

3. A Marcha é entendida como uma celebração semelhante às do Antigo Testamento, possuindo uma qualidade extremamente espontânea e alegre. Participam da Marcha jovens de caras pintadas, cartazes, roupas coloridas e canções vivazes. Isto é visto como uma celebração do amor extravagante de Deus para o mundo.
Comentário: Na minha avaliação, o ponto acima dificilmente pode ser tomado como um argumento bíblico ou teológico para justificar o evento. As "marchas" de Israel no Antigo Testamento, não tinham como alvo evangelizar os povos - ao contrário, eram marchas de guerra, para conquistá-los ou exterminá-los, conforme o próprio Deus mandou naquela época. Fica difícil imaginar os israelitas organizando uma marcha através de Canaã, com os levitas tocando seus instrumentos e dando shows, para ganhar os cananeus para a fé no Deus de Israel!

4. Marchar para Jesus é visto também como um ato profético que dá consciência espiritual às pessoas. Josué mobilizou as pessoas de Israel para marchar ao redor das paredes de Jericó. Jeosafá marchou no deserto entoando louvores a Deus. Quando os cristãos marcham, estão agindo profeticamente, diz a Renascer.
Comentário: Entendo que se trata de um uso errado das Escrituras. Por exemplo: se vamos tomar o texto de Josué como uma ordem para que os cristãos marchem, por que então somente marchar? Por que não tocar trombetas? E por que só marchar uma vez, e não sete ao redor da cidade inteira? E por que não mandar uma arca com as tábuas da lei na frente? E por que não ficar silencioso as seis primeiras vezes e só gritar na sétima?

5. Marchar para Jesus traz uma sensação natural de estar reivindicando o lugar no qual os participantes caminham. Acredita-se que assim libera-se no mundo espiritual a oportunidade desejada por Deus: "Todo o lugar que pisar a planta do vosso pé, eu a darei ..." (Josué 1.3).
Comentário: Será esta uma interpretação correta das Escrituras? Podemos tomar esta promessa de Deus a Josué e ao povo de Israel como sendo uma ordem para que os cristãos de todas as épocas marquem o terreno de Deus através de marchas? Que evangelizem, conquistem, e ganhem povos e nações para Jesus através de marchar no território deles? Que estratégia é esta, que nunca foi revelada antes aos apóstolos, Pais da Igreja, missionários, reformadores, evangelistas, de todas as épocas e terras, e da qual não encontramos o menor traço na Bíblia?

6. A Marcha destrói as fortalezas erguidas pelo inimigo em certas áreas das cidades e regiões onde ela acontece, declarando com fé que Jesus Cristo é o Senhor do Brasil.
Comentário: Onde está a fundamentação bíblica para tal? Na verdade, este ponto é baseado em conceitos do movimento de batalha espiritual, especialmente o conceito de espíritos territoriais, e em conceitos da confissão positiva, que afirmam que criamos realidades espirituais pelo poder das nossas declarações e palavras.

7. Os defensores da Marcha dizem que ela projeta a presença dos evangélicos na mídia de todo o Brasil.
Comentário: É verdade, só que a projeção nem sempre tem sido positiva. Além de provocar polêmica entre os próprios evangélicos, a mídia secular tem tido por vezes avaliação irônica e negativa.

8. Os defensores da Marcha dizem que pessoas se convertem no evento.
Comentário: Não nos é dito qual é o critério usado para identificar as verdadeiras conversões. Se for levantar a mão ou vir à frente durante os shows e as pregações da Marcha, é um critério bastante questionável. As estatísticas que temos nos dizem que apenas 10% das pessoas que atendem a um apelo em cruzadas de evangelização em massa, como aquelas de Billy Graham, permanecem nas igrejas. Mas, mesmo considerando as conversões reais, ainda não justificaria, pois não raras vezes Deus utiliza meios para converter pessoas, meios estes que não se tornam legítimos somente porque Deus os usou. Por exemplo, o fato de que maridos descrentes se convertem através da esposa crente não quer dizer que Deus aprova o casamento misto e nem que namorar descrentes para convertê-los seja estratégia evangelística adequada.

9. Os defensores dizem ainda que a Marcha promove a unidade entre os cristãos. Em alguns lugares do mundo, a Marcha é concluída com um "pacto" entre as denominações, confissões e indivíduos, exigindo que cada um deles não faça mais discriminação por razões doutrinárias.
Comentário: Sou favorável à unidade entre os verdadeiros cristãos. Mas não a qualquer preço e não qualquer tipo de união. A unidade promovida pela Marcha, sob as condições mencionadas acima, tem o efeito de relegar a doutrina bíblica a uma condição secundária. O resultado é que se deixa de dar atenção à doutrina. Em nome da unidade, abandona-se a exatidão doutrinária. Deixa-se de denunciar os erros doutrinários grosseiros que estão presentes em muitas denominações, erros sobre o ser de Deus, sobre a pessoa de Jesus Cristo, a pessoa e atuação do Espírito, o caminho da salvação pela fé somente, etc. Unidade entre os cristãos é boa e bíblica somente se for em torno da verdade. Jamais devemos sacrificar a verdade em nome de uma pretensa unidade. A unidade que a Marcha mostra ao mundo não corresponde à realidade. Ela acaba escondendo as divisões internas, os rachas doutrinários, as brigas pelo poder e as divisões que existem entre os evangélicos. Se queremos de fato unidade, vamos encarar nossas diferenças de frente e procurar discuti-las e resolve-las em concílios, reuniões, na mesa de discussão - e não marchando.

10. Os defensores da Marcha dizem que ela é uma forma de proclamação do Evangelho ao mundo.
Comentário: A resposta que damos é que a proclamação feita na Marcha vem misturada com apresentações de artistas gospel profissionais, ambiente de folia e danceteria, a ponto de perder-se no meio destas outras coisas. Além do mais, a mensagem proclamada é aquela da Renascer em Cristo, com a qual naturalmente as igrejas evangélicas históricas não concordariam, pois é influenciada pela teologia da prosperidade e pela batalha espiritual.

É evidente que, analisada de perto, a "teologia da Marcha" não se constitui em teologia propriamente dita. Os argumentos acima não provam que há uma revelação para que se marche, e não justificam a necessidade de os cristãos obedecerem organizando marchas. Não há qualquer justificativa bíblica para que os cristãos façam marchas, nem qualquer sustentação bíblica para a idéia de "dar a Deus a oportunidade" mediante uma marcha, ou ainda de que, marchando e declarando, se conquistam regiões e cidades para Cristo. Se há fundamento bíblico, por que os primeiros cristãos não o fizeram? Por que historicamente a Igreja Cristã nunca fez?

Pelos motivos acima, entendo que os argumentos bíblicos e teológicos apresentados para justificar a Marcha para Jesus não procedem. Nada tenho contra que cristãos organizem uma Marcha para Jesus. Apenas acho que não deveriam procurar justificar bíblica e teologicamente como se fosse um ato de obediência à Palavra de Deus. Neste caso, estão condenando como desobedientes todos os cristãos do passado, que nunca marcharam, e os que, no presente, também não marcham.

* Este texto foi originalmente publicado no site da Igreja Presbiteriana do Brasil em 17/01/2005
** O autor é paraibano, casado com Minka, pai de Hendrika (19), Samuel (16), David (15), Anna (13). Pastor presbiteriano (IPB), mestre e doutor em Interpretação Bíblica (África do Sul, Estados Unidos e Holanda), chanceler da Universidade Presbiteriana Mackenzie, professor de exegese, Bíblia, pregação expositiva no Centro Presbiteriano de Pós Graduação Andrew Jumper, da IPB, autor de vários livros.

25 de abr. de 2014

Existe Razão Para Se Batizar Crianças? Parte 04 - As Crianças no Novo Testamento:

1.1 A História das Crianças no Novo Testamento:

Pode uma criança ser discípula, aluna de Cristo? Pode uma criança ter o Espírito Santo de Deus e assim o selo da promessa? Pode uma criança ser salva? Ser considerada filha de Deus? E qual é a relação destas perguntas com o sacramento do batismo? Eis o que diz a história sobre a inclusão das crianças na compreensão do Novo Testamento:

Conforme se pode ler em Colossenses 2.11 e 12, o batismo é considerado no Novo Testamento a circuncisão de Cristo, por possuir o mesmo sentido espiritual. Logo, são igualmente símbolos de uma nova vida, e tudo quanto significou a circuncisão no Antigo Testamento também significará o Batismo agora no Novo Testamento. “Em Cristo, também fostes circuncidados, não por mãos [humanas], mas no despojamento do corpo da carne, que é a circuncisão de Cristo” (Cl 2.11). - Mas Como? E a resposta é: “...tendo sido sepultados, juntamente com Cristo, no batismo...” (Cl 2.12a).

Também se deve considera que nas Escrituras não se encontraram qualquer texto ou prescrição para que se excluam as crianças da Igreja como membros do Corpo de Cristo. Pelo contrário, segundo a determinação de Jesus Cristo para a Igreja, o batismo é no Novo Testamento o único sinal e rito visível para se incluir alguém nesta Igreja e Povo do Pacto: “Ide, portanto, fazei discípulos de todas as nações” (Mt 28.19a) – Como? “batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo” (Mt 28.19b).

Segue-se, portanto que pelo modo ordinário, para alguém ser discípulo de Jesus deverá ser batizado, independendo da idade. E as crianças não deverão ser privadas do privilégio de serem discípulas, alunas de Jesus Cristo, aprendendo inicialmente com o testemunho dos pais ou tutores, pela convivência e depois sendo orientadas na piedade cristã pelo ensino nas Escrituras.

Desta forma os filhos dos cristãos de hoje, não têm menos direito do tinham que os filhos dos israelitas no passado, quando ao serem circuncidados ao oitavo dia, e assim eram iniciados, incluídos na Comunidade do Pacto, tornando-se então filhos e herdeiros da promessa que Deus fez a Abraão, dizendo que abençoaria a descendência de Abraão.

Portanto, quando o Apóstolo Pedro proclamou plenamente o Evangelho da Graça de Deus no dia de Pentecostes, dia da descida do Espírito Santo sobre a Igreja, ele afirmou que as bênçãos e as promessas divinas de salvação não eram somente para os adultos, mas também para seus filhos: “Arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado... e recebereis o dom do Espírito Santo. Pois a promessa é para vós outros, [e] para vossos filhos...” (At 2.38,39).

Promessa também referida pelo Apóstolo Paulo aos Romanos, dizendo que os verdadeiros filhos da promessa feita a Abraão, não são os circuncidados na carne, mas sim os circuncidados no coração (Rm 2.29). “Sabei, pois, que os da fé é que são filhos de Abraão... porque todos quantos fostes batizados em Cristo de Cristo vos revestistes... Dessarte, não pode haver judeu nem grego; nem escravo nem liberto; nem homem nem mulher; porque todos vós sois um em Cristo Jesus. E, se sois de Cristo, também sois descendentes de Abraão e herdeiros segundo a promessa” (Gl 3.7, 27, 29).

Por tudo isto, não é de se admirar que os apóstolos batizassem casas inteiras em suas viagens missionárias. Paulo batizou Lídia e toda a sua casa (At. 16.15); o carcereiro e todos os seus (At 16.32, 33); a casa de Estéfanas (1 Co 1.16). Embora nestes textos não houvesse menção às crianças, é de natural entendimento que as expressões "casa" e "todos os seus" referissem à toda a família do que creu. Ou será que textos como o de Josué 24.15 "Eu e a minha casa serviremos ao SENHOR"; ou Atos 16.31 "Responderam-lhe: Crê no Senhor Jesus e serás salvo, tu e tua casa" são textos que excluem as crianças dessas casas?

Ficando então difícil de imaginar que se ali houvesse crianças, estas teriam sido impedidas e excluídas de tal privilégio, mesmo porque para o Apóstolo Paulo diferente dos filhos dos incrédulos, os filhos dos crentes eram consagrados ou "santos" (1 Co 7.14). E seria natural que o Apóstolo Paulo seguisse o preceito de Jesus Cristo aos discípulos: “que não impedissem as crianças de virem até Ele” (Mc 10.13-16).

Portanto e por tudo, ainda ressoa a poderosa pergunta do Apóstolo Pedro a toda a cristandade: “Porventura, pode alguém recusar a água, para que não sejam batizados estes que, assim como nós, receberam o Espírito Santo?” (Atos 10.47). (Tchai Hoth, monografia, UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE, São Paulo 2009, Parte 04 - As Crianças no Novo Testamento)

16 de abr. de 2014

A 3.ª Multiplicação dos Pães e dos Peixes!

A primeira se deu na multiplicação dos pães e peixes, para a alimentação de uma multidão de seguidores: “Jesus tomou os pães e, tendo dado graças, distribuiu-os...” (Mt 14.18-21; Jo 6.11). Quando alimentou cerca de cinco mil pessoas.

A segunda, de mesma circunstância foi quando Jesus “tomou os sete pães e dois peixes, e, tendo dado graças, partiu e deu aos seus discípulos, para que distribuíssem... Todos comeram e ser fartaram... eram quatro mil, além das mulheres e crianças” (Mt 15.36-38).

Contudo esses dois milagres jamais se compararão em números à terceira multiplicação dos pães e dos peixes, Quando Jesus “tomando um pão, e tendo dado graças, o partiu e lhes deu, dizendo: Isto é o meu corpo oferecido por vós; fazei isto em memória de mim” (Lc 22:19).

Este banquete não foi oferecido num campo ou numa planície, mas num cenáculo. Não era dia comum. Era a última páscoa: a primeira Santa Ceia. E este pão oferecido há mais de dois mil anos ainda está se multiplicando sobre a mesa de milhares de milhares para alimentar milhões de milhões desses cristãos: peixes que se multiplicam num infindo milagre. O peixe é o símbolo do cristianismo.

Portanto não haverá cestos que possam recolher os pedaços desse Pão Celestial, posto que nem o universo poderá contê-Lo; nem os nacos desses peixes, cristãos nesta tão graciosa multiplicação. (Tchai Hoth).


Oração no Deserto!

15 de abr. de 2014

Dúvidas Pascoais - Qualquer semelhança é mera coincidência...

Dúvidas Pascoais
Carlinhos - Papai, o que é Páscoa?
Jorge - (sem tirar o olho do jornal) Ora, Páscoa é...... Bem… É uma festa religiosa!
Carlinhos - Igual Natal?
Jorge - É parecido. (olha pro filho) Só que no Natal comemora-se o nascimento de Jesus, e na Páscoa, se não me engano, comemora-se a sua ressurreição (volta a ler o jornal).
Carlinhos - Ressurreição?
Jorge - É, ressurreição. (grita) Marta, vem cá!
Marta - Sim? (em off)
Jorge - (falando alto para a Marta que ainda não apareceu na sala) Explica pra esse garoto o que é ressurreição pra eu (Marta aparece) poder ler o meu jornal.
Marta - (Abaixa-se junto ao filho) Bom, meu filho, ressurreição é tornar a viver após ter morrido. Foi o que aconteceu com Jesus, três dias depois de ter sido crucificado. Ele ressuscitou e subiu aos céus. Entendeu?
Carlinhos - Mais ou menos…. Mamãe, Jesus era um coelho?
Marta - Que é isso menino? Não me fale uma bobagem dessas! Coelho! Jesus Cristo é o Papai do Céu! Nem parece que esse menino é cristão! Jorge, esse menino não pode crescer desse jeito, sem ir na igreja pelo menos aos domingos. Até parece que não lhe demos uma educação cristã! Já pensou se ele solta uma besteira dessas na escola? Deus me perdoe! Amanhã mesmo vou matricular esse moleque no EBD!
Carlinhos - Mamãe, mas o Papai do Céu não é Deus?
Marta - É filho, Jesus e Deus são o mesmo ser . Você vai estudar isso na Escola Bíblica Dominical. É a Trindade. Deus é Pai, Filho e Espírito Santo.
Carlinhos - O Espírito Santo também é Deus?
Marta-É sim.
Carlinhos - E Minas Gerais?
Marta - Sacrilégio!!!
Carinhos - É por isso que a Ilha da Trindade fica perto do Espírito Santo?
Marta - Não é o Estado do Espírito Santo que compõe a Trindade, meu filho, é o Espírito Santo de Deus. É um negócio meio complicado, nem a mamãe entende direito. Mas se você perguntar na EBD a professora explica tudinho!
Carlinhos - Bom, se Jesus não é um coelho, quem é o coelho da Páscoa?
Marta - (levantando-se) Eu sei lá! É uma tradição. É igual a Papai Noel, só que ao invés de presente ele traz ovinhos.
Carlinhos - Coelho bota ovo?
Marta - Chega! (Marta sai) Deixa eu ir fazer o almoço que eu ganho mais!
(Carlinhos volta a comer...)
Carlinhos - Papai, não era melhor que fosse galinha da Páscoa?
Jorge - Era, era melhor, ou então urubu.
Carlinhos - Papai, Jesus nasceu no dia 25 de dezembro, né? Que dia que ele morreu?
Jorge - isso eu sei: na sexta-feira santa.
Carlinhos - Que dia e que mês?
Jorge - ????????? (para de ler o jornal) Sabe que eu nunca pensei nisso? (olha pro filho) Eu só aprendi que ele morreu na sexta-feira santa e ressuscitou três dias depois, no sábado de aleluia.
Carlinhos - Um dia depois.
Jorge - Não, três dias.
Carlinhos - Então morreu na quarta-feira.
Jorge - Não, morreu na sexta-feira santa… Ou terá sido na quarta-feira de cinzas? Ah, garoto, vê se não me confunde! Morreu na sexta mesmo e ressuscitou no sábado, três dias depois! Como? Pergunte à sua professora da EBD!
(O pai volta a sua leitura... tempo de silêncio... menino olha na janela...)
Carlinhos - Papai, por que amarraram um monte de bonecos de pano lá na rua?
Jorge - É que hoje é sábado de aleluia, e o pessoal vai fazer a malhação do Judas. Judas foi o apóstolo que traiu Jesus.
Carlinhos - O Judas traiu Jesus no sábado?
Jorge - Claro que não! Se ele morreu na sexta!!!
Carlinhos - Então por que eles não malham o Judas no dia certo?
Jorge - É, boa pergunta. Filho, atende o telefone pro papai. Se for um tal de Rogério diz que eu saí.
Carlinhos - Alô, quem fala?
Rogério - Rogério Coelho Pascoal. Seu pai está? (este texto pode ser suprimido ou falado em off)
Carlinhos - Não, o pai foi comprar um ovo de Páscoa pra mim. Ligue mais tarde, tchau.
Carlinhos - Papai, qual era o sobrenome de Jesus?
Jorge - Cristo. Jesus Cristo.
Carlinhos - Só?
Jorge - Que eu saiba sim, por quê?
Carlinhos - Não sei não, mas tenho um palpite de que o nome dele era Jesus Cristo Coelho. Só assim esse negócio de coelho da Páscoa faz sentido, não acha?
Jorge - Coitada!
Carlinhos - Coitada de quem?
Jorge - Da sua professora da EBD.
Palco escurece

11 de abr. de 2014

As Sete Palavras da Cruz. 1.ª - Pai, perdoa-lhes porque não sabem o que fazem.

1. PAI, PERDOA-LHES... (LUCAS 23:34)
“Contudo, Jesus dizia: Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem. Então, repartindo as vestes dele, lançaram sortes”. (Lucas 23:34)

Aqui encontramos Jesus Cristo no exercício de seu sacerdócio.Vale observar que tão logo o sangue do Cordeiro de Deus, começou a fluir; Jesus, o Grande Sumo Sacerdote começou a interceder.

Foi quando o homem deu o pior de si que Jesus orou. Orou não por justiça, mas por misericórdia. Rogou para que seus Inimigos fossem perdoados. E isto não após suas feridas terem sido saradas, mas enquanto elas estavam sendo abertas.

Palavras de perdão saíam de seus lábios enquanto os pregos eram cravados em seu corpo, quando a dor era mais intensa, quando a aflição era mais aguda.

Foi neste momento, em que a dor era inconcebível,que ele, vítima do maior crime da história, orou pelos criminosos.

Jesus proclamou na cruz, de maneira eloqüente, uma lei superior. Ele sabia que a antiga filosofia do olho por olho, e dente por dente, deixaria todo o mundo cego e banguela.

Jesus não combatia o mal com o mal. Ele combatia o mal com o bem. E embora crucificado pelo ódio, reagiu com um enérgico e ativo amor.

Será que também podemos dizer “Pai” enquanto estamos sendo crucificados? Será que podemos orar pelo perdão dos que estão tentando nos destruir? Será que temos fé suficiente para deixar o juízo nas mãos de nosso Pai celestial?

Do primeiro brado da cruz ecoa a única palavra sem a qual não podemos ser salvos: Perdão.

As Sete Palavras da Cruz. 2.ª - Hoje mesmo estarás comigo no paraíso.

2. HOJE MESMO ESTARÁS COMIGO... LUCAS 23.43
Pensar que em seu nascimento Jesus estava rodeado de bestas do campo, e agora, na hora da morte, é contado com a escória da humanidade.

Antes q/ qualquer pecador possa ser salvo, deverá reconhecer-se incapaz. O que aquele malfeitor podia fazer por si mesmo? Não podia caminhar pelas sendas da justiça, pois havia prego atravessando cada um de seus pés. Não podia executar nenhuma boa obra, pois havia um prego atravessando cada uma das mãos. Não podia começar vida nova e viver melhor, pois que está morrendo.

Aos vitupérios que foram lançados sobre Jesus pela multidão, o Senhor não prestou atenção. Ao desafio insolente dos sacerdotes para que descesse da cruz, ele não deu resposta alguma. Mas à oração desse ladrão contrito e confiante Jesus se atentou.

Que dia teve aquele ladrão! Pela manhã, ele estava sendo, com justiça, crucificado. Ao anoitecer, foi recebido no Paraíso por Jesus.

Esses ladrões representavam toda a raça humana. Em última análise, o mundo não é dividido geográfica, econômica ou racialmente. Não podemos traçar uma linha separando as pessoas mais ou menos boas das mais ou menos más. Todas as raças, nações e culturas estão divididas pela cruz. De um lado, estão os que crêem, do outro, os que rejeitam.

O céu e o inferno não são lugares distantes de nós. Tudo depende de como nos comportamos em relação a Jesus.

Com Cristo ou Sem Cristo, estamos todos crucificados. E existem Cruzes de Blasfêmia. Mas, também existem Cruzes de Paraíso.

O perdão dado a um dos malfeitores lembra-nos que há mais graça no coração de Deus do que pecado em nosso passado.

Basta transferirmos nossa confiança para aquele que guarda as chaves do Paraíso. Deus não promete uma tranqüila passagem pela trilha da morte, mas uma chegada segura.

As Sete Palavras da Cruz. 3.ª - Mulher, eis aí o teu filho.

3. MULHER, EIS AÍ O TEU FILHO... JOÃO 19.26

Quão aguda foi aquela espada a perfurar aqule coração maternal! Sentiu felicidade tal como nunca em um nascimento humano, Sentiu tristeza tal como nunca em uma morte tão desumana. E Maria sofreu em absoluto silêncio.

Via a coroa de espinhos, mas não podia removê-las; Via os cravos, mas não lhe foi permitido retirá-los; Via os machucados, mas não podia aliviar a dor do filho. Ouvia o escárnio, mas não tinha como calar a multidão. Era sempre perigoso demonstrar afeto a um homem que os romanos considerassem digno de crucificação. Mas ela ficou ao seu lado, pois, embora fosse ridicularizado e tratado como criminoso, ela o conhecia melhor.

Você teria tomado conta de Maria se Jesus lhe tivesse pedido? “Mas é claro!”, você diria. Mas como podemos ter certeza? Temos essa oportunidade todos os dias. Quando Jesus foi interrompido por um homem que queria lhe dizer que sua mãe e seus irmãos procuravam por ele, Jesus fez uma espantosa declaração.

“Quem é minha mãe, e quem são meus irmãos?’ [...] Então olhou para os que estavam assentados ao seu redor e disse: ‘Aqui estão minha mãe e meus irmãos! Quem faz a vontade de Deus, este é meu irmão, minha irmã e minha mãe’” (Mc 3.33-35).

Eis aí a sua mãe... João aprendeu que quando alguém se aproxima da cruz de Cristo recebe nova responsabilidade.

As Sete Palavras da Cruz. 4.ª - Deus meu, Deus meu...

4. DEUS MEU, DEUS MEU... MATEUS 27.46
“Eloí, Eloí, lamá sabactâni?” Os circunstantes de fala grega entenderam mal as suas palavras e pensaram que ele chamava por Elias. E ainda hoje muitos entendem mal o que ele disse.

O salmo XXII é um cântico de esperança. O clamor do inicio: Meu Deus, meu Deus, por que me abandonaste? é um grito de dor; mas não desespero. Tal como os violentos soluços de Jó e de Jeremias, fala da angústia da alma que sente ter atingido os limites extremos de sua própria resistência.

Este é um grito de angústia, não de revolta, é o começo de um canto que fala do triunfo do messias.

Não é de admirar que Lutero, ao contemplar esse texto, tenha ficado aflito com esse mistério, exclamando:“Deus abandonando Deus. Nenhum homem pode compreender isso!”.

Mas que toda alma crente dê a resposta: ele adentrou as terríveis trevas para que eu pudesse andar na luz; ele bebeu o cálice de angústia para que eu pudesse beber o cálice do gozo; ele foi abandonado por Deus para que eu pudesse ser perdoado! (A. W. Pink)

Cristo foi desamparado por Deus por um tempo para que nós pudéssemos desfrutar da Sua presença para sempre.

As Sete Palavras da Cruz. 5.ª - Tenho Sede.

5. TENHO SEDE... JOÃO 19:28
O Caniço de hissopo. Uma planta aromática, ensopada no sangue do cordeiro, que era usada no rito de purificação Ex 12.22.Daí Davi chegara a orar purifica-me com hissopo e ficarei limpo.

Ironicamente foi o caniço dessa planta, o caule, que serviu de suporte para um esponja embebida em vinagre, quando Jesus na cruz clamou por sede.

Na mão do sacerdote o hissopo era o instrumento mais bendito, já na mão daquele soldado, violente maldição.

Como é possível que o Criador dos rios e dos oceanos tivesse os lábios ressecados. Como é possível que a Onipotência estivesse sedenta? Como é possível que aquele que acalmou o mar com sua palavra ansiasse por algumas gotas de refrigério?

Ele fez milagres pelos outros, mas não realizou nenhum por si mesmo.Ele recusou-se a transformar pedras em pão quando no deserto. Agora, na cruz, recusava-se a criar água para matar a sede. Ele já nos havia ensinado como viver. Agora ensina-nos como morrer.

Será que teríamos dado água a Jesus se estivéssemos lá? Sim, imagino que sim! Mas ele ensinou que temos este mesmo privilégio hoje e a todo instante: "Pois eu tive fome, e vocês me deram de comer; tive sede, e vocês me deram de beber [...] Digo na verdade: Os que vocês fizerem a algum dos meus menores irmãos, a mim o fizeram (Mt 25.34,35,40)”.

Felizmente, Jesus sofreu com os lábios ressecados para que pudéssemos beber das fontes da salvação.Ele suportou a sede do inferno para q/ o fogo fosse arrefecido para nós.

Sobre os que estão nos céus, lemos: “Nunca mais terão fome, nunca mais terão sede. Não os afligirá o sol, nem qualquer calor abrasador, pois o Cordeiro que está no centro do trono será o seu Pastor; ele os guiará às fontes de água viva. E Deus enxugará dos seus olhos toda lágrima (Ap 7.16,17)”.

Não é de admirar q/ possamos ler no último convite q/ aparece na Bíblia: “O Espírito e a noiva dizem: ‘Vem!’ E todo aquele que ouvir diga: ‘Vem!’ Quem tiver sede, venha; e quem quiser, beba de graça água da vida” (Ap 22.17). Os que se achegam ao que um dia teve sede jamais voltarão a sentir sede.

Conheça Cristo sedento na cruz , e sua alma jamais tornará a sentir sede.

As Sete Palavras da Cruz. 6.ª - Está Consumado.

6. ESTÁ CONSUMADO. JOÃO 19.30
Isabel, Rainha da Inglaterra, o ídolo da sociedade e a líder da sociedade européia, quando em seu leito de morte, voltou-se para a sua dama de companhia e disse: Ó, meu Deus! Está acabado. Chego ao fim disso – o fim, o fim. Ter somente uma vida e acabado com ela! Ter vivido, e amado, e triunfado; e agora saber que está terminado. Pode-se desafiar tudo o mais, menos isso.

E, enquanto a ouvinte assistia a isso sentada, poucos momentos depois, a face cujo sorriso mais leve trouxeram seus cortesãos aos seus pés, tornava-se numa máscara de argila sem vida, e retribuía a ansiosa contemplação de sua serva com nada mais do que um fixo olhar vazio.

Tal foi o fim de alguém cuja meteórica carreira fora invejada por metade do mundo. Não podia ser dito que ela “consumara” alguma coisa, pois consigo tudo foi “vaidade e aflição de espírito”.

Quão diferente foi o fim do Salvador – “Eu glorifiquei-te na terra, tendo consumado a obra que me deste a fazer”.

É a soberana serenidade daquele olhar, abrangendo toda a continuidade dos séculos, que transparece na sexta palavra de Jesus, impregnada, ao mesmo tempo, de tristeza e de majestade: Tudo está consumado.

Os antigos gregos orgulhavam-se de serem capazes de dizer muita coisa falando pouco – “dar um mar de assunto em uma gota de linguagem” era tido como a perfeição em oratória.

O que eles buscavam é encontrado aqui. “Está consumado”, no original (tetelestai), é apenas uma palavra, todavia, nessa palavra está contido o evangelho de Deus; nessa palavra está contido o fundamento da segurança do crente; nessa palavra é descoberta a essência de todo gozo, bem como o próprio espírito de toda consolação divina.

Na Antiguidade, quando o preço da compra era acertado e não ficava nenhum valor em aberto, escrevia-se tetelestai no comprovante de venda, Isto é: “Quitado”.

Na cruz, a justiça de Deus foi plenamente satisfeita quando nosso substituto celestial pagou o elevado preço de nosso resgate.

Como disse Spurgeon, podemos permanecer confiantes, a despeito do trovão da lei e do raio da justiça., “pois estamos salvos sob a cruz”. Ele pagou o saldo de nosso pecado até o último centavo.

As Sete Palavras da Cruz. 7.ª - Pai, nas tuas mãos entrego o meu espírito...

7. PAI, NAS TUAS MÃOS. LUCAS 23.46
Durante as primeiras três horas na cruz, ele sofreu nas mãos dos homens, e, durante as últimas três horas, sofreu nas mãos de Deus. E foi a essas mesmas mãos que ele confiou o seu espírito.

João escreve que Jesus reclinou a cabeça e rendeu o espírito.
Essa frase não é usada em nenhum outro lugar na Bíblia o na literatura grega.
Ela só é usada aqui, porque somente Jesus poderia render o seu espírito.
Para todos os outros seres humanos a morte era inevitável.

“Por isso, o Pai me ama, porque eu dou a minha vida para a reassumir.
Ninguém a tira de mim; pelo contrário, eu espontaneamente a dou.
Tenho autoridade para a entregar e também para reavê-la.
Este mandato recebi de meu Pai” (Jo 10.17-18).

Contudo, apenas os crentes estão garantidos e assim são encorajados a encomendarem seus espíritos nas mãos de Deus à hora da morte. Quão triste é o estado de todos os incrédulos que estão à morte. Seus espíritos, ainda, cairão nas mãos de Deus, mas será isso miséria deles, não o privilégio. Os tais acharão que é uma “horrenda coisa cair nas mãos do Deus vivo”, (Hb 10.31).Sim, porque, em vez de caírem nos braços de amor, cairão nas mãos de justiça. (A. W. Pink)

Quando John Hus foi condenado pelo Concílio de Constança, em 1415, o bispo encerrou a cerimônia dizendo: “Nós agora confiamos sua alma ao Diabo”.

Mas Huss contestou: “Confio meu espírito em tuas mãos, Senhor Jesus Cristo. A ti rendo meu espírito, o qual tu salvaste”. Huss foi queimado em uma estaca, vitorioso, sabendo que pertencia a Cristo e que Cristo pertencia a ele.

Deus não promete uma tranqüila passagem pela trilha da morte, mas uma chegada segura.

10 de abr. de 2014

O Mais difícil dessa vida...









"Porque o mais difícil dessa vida
Não é superar os problemas,
Transpor as crises,
Ou vencer as dificuldades.

O mais difícil dessa vida é:
Não se tornar uma pessoa pior.

A tendência é que quanto mais caminhemos pelos desertos,
Mais iguais aos desertos fiquemos:
Pessoas ríspidas. Ressecadas por dentro.
Gente sem graça, gente sem Vida.

O mais difícil dessa vida é
não se piorar enquanto pessoa.

Pois a tendência é
Que quanto mais pelos desertos,
Mais deserto nos tornemos, mais secos...
Mais húmus, mais pó nos tornamos". (Tchai Hoth)

Rev. Hernandes Dias Lopes - 19.º Aniversário da 2ª Igreja Presbiteriana em Alto C...

8 de abr. de 2014

Rev Ludgero Bonilha no 23.º Aniversário da 2 ª Igreja Presbiteriana de...

Gratidão: Dízimos e Ofertas.

Disse Jesus: “Ninguém pode servir a dois senhores; porque ou há de aborrecer-se de um e amar ao outro, ou se devotará a um e desprezará ao outro. Não podeis servir a Deus e às riquezas” (Mt 6:24). Também disse que: “os cuidados do mundo e a fascinação das riquezas sufocam a Palavra, e fica infrutífera” (Mt 13:22). E, “quão difícil é para os que confiam nas riquezas entrar no reino de Deus!” (Mt 10.24).

Equivocadas, muitas pessoas imaginam que estas palavras estão endereçadas apenas aos ricos e se esquecem de que “Deus não faz acepção de pessoas” (At 10.34). Deus, de maneira justa e santa, aplica o mesmo critério para medir a fidelidade do rico e a fidelidade do pobre: “dez por cento será santo ao SENHOR” (Lv 27.32). Não que Deus precisasse de alguma coisa, porque a Deus tudo pertence. Mas é para que se revele a espiritualidade de cada um. Para que se revela ao próprio cristão, como anda o seu coração! Pois fidelidade tem a ver com fé, e só se é possível ser fiel àquilo que realmente se crê. “Quer saber como é meu coração: Olhe pra mim!”.

“Ao SENHOR pertence a terra e tudo o que nela se contém, o mundo e os que nele habitam” (Salmo 24.1).

“Minha é a prata, meu é o ouro, diz o SENHOR dos Exércitos” (Ageu 2.8)

“Não digas, pois, no teu coração: A minha força e o poder do meu braço me adquiriram estas riquezas. Antes, te lembrarás do SENHOR, teu Deus, porque é ele o que te dá força para adquirires riquezas”. (Deuteronômios 8.17,18)

“Também todas as dízimas da terra, tanto dos cereais do campo como dos frutos das árvores, são do SENHOR; santas são ao SENHOR... No tocante às dízimas do gado e do rebanho, de tudo o que passar debaixo do bordão do pastor, o dízimo será santo ao SENHOR” (Levítico 27.30,32)

“Fez também Jacó um voto, dizendo: Se Deus for comigo, e me guardar nesta jornada que empreendo, e me der pão para comer e roupa que me vista, de maneira que eu volte em paz para a casa de meu pai, então, o SENHOR será o meu Deus; e a pedra, que erigi por coluna, será a Casa de Deus; e, de tudo quanto me concederes, certamente eu te darei o dízimo” (Gênesis 28.20-22)

No Salmo 51.7, Davi disse que: “Sacrifícios agradáveis a Deus são o espírito quebrantado; coração compungido e contrito, não o desprezarás, ó Deus”. Ou seja, o que Deus realmente requer de nós não são as nossas coisas, mas sim os nossos corações. Contudo uma coisa será certa: se Deus realmente tiver os nossos corações, também as nossas coisas já serão dele. Pois quem conquistar os nossos corações, conquistará também tudo o que somos e tudo o que temos.

Como pai amoroso, Deus nos ensina a não nos apegarmos às coisas materiais, para que não sejamos dominados por elas. Ele só quer nos proteger. “Porque o amor do dinheiro é raiz de todos os males; e alguns, nessa cobiça, se desviaram da fé e a si mesmos se atormentaram com muitas dores” (1.ª Timóteo 6:10).

Neste estudo aprendemos sobre a Fidelidade. Vimos que Deus não precisa de nada, pois tudo lhe pertence. Que nossas conquistas é fruto de sua graça. E que o ser dizimista é uma questão de gratidão e obediência a Deus. Vimos que além de Deus nos proteger da ganância, também coloca à prova nossa espiritualidade. (Tchai Hoth)

Existe Razão Para Se Batizar Crianças? Parte 03 - As Crianças no Antigo Testamento:

CAPÍTULO I – FUNDAMENTAÇÕES PARA O BATISMO INFANTIL
1 OS FUNDAMENTOS HISTÓRICOS DO BATISMO INFANTIL:

1.1 Introdução:

A fundamentação histórica de uma doutrina é relevante para apresentar suas causas e seus efeitos através dos tempos. O conhecimento do como a Igreja se relacionou com as suas crianças – do Antigo Testamento até a Era Atual – se fará muito necessário para a compreensão deste assunto.

Como o Povo de Deus se relacionou com as crianças dentro do contexto religioso? Estariam estas crianças incluídas no rol de membros, como adoradoras e parte integral desse Povo, sendo também presumidas como salvas pela graça de Deus? Eis o que a história bíblica diz sobre esse assunto:

1.2 A História das Crianças no Antigo Testamento:

Como se lê nas Escrituras do Antigo Testamento, Deus havia separado um Povo para si, e com este Povo fez uma aliança de ralação pactual e em comunhão de vida. Historicamente se considera como Povo de Deus a “Igreja aparente”, ou como é vista pelos homens. Portanto em seu rol de membros há falsos e verdadeiros convertido; joio e trigo conforme ensina o próprio Senhor em Mateus 13.24-40.

Mesmo assim, Deus chama a este Povo para uma solenidade pactual, compreendida em duas relações: uma Relação Formal com todos os envolvido e em Relação ou Comunhão de Vida para com os piedosos. E neste pacto solene estavam incluídas também as crianças, por representação e iniciação, como se pode perceber nas Escrituras.

No princípio Deus fez um pacto como o homem. Este pacto procedente da graça divina, permitiria a este homem em perfeitamente obediência, obter a Vida Eterna, por isso é chamado comumente de Pacto de Obras. Mas Adão, representante da raça humana, violou este pacto desobedecendo, e todos os seus filhos e descendência sofreram com ele as consequências dessa queda (Gn 9.8-17).

Já com Noé, homem nascido na incapacidade total para a perfeita obediência, fez Deus um pacto baseado somente na graça, onde Deus sozinho providenciaria os meios para a salvação desse homem. Um “arco nos céus” foi o sinal visível deste pacto com Noé, e os filhos de Noé também foram abençoados (Gn 9.8-17).

Confirmou Deus este Pacto de Graça mais claramente com Abrão, o Pai da Fé, estabelecendo com ele uma aliança perpétua envolvendo Deus, Abrão e a descendência de Abrão, tendo como sinal visível desse Pacto de Graça e condição a circuncisão de todos os participantes desta Aliança (Gn 17.7).

Deus confirmou este Pacto de Graça, mediado por Moisés, no Monte Sinai quando renovou esta aliança com o seu Povo. Assim como fez também o Senhor nas planícies de Moabe antes de introduzir este Povo na Terra Prometida. E as crianças estavam incluídas ritualmente neste pacto (Dt 29.9-11).

Por isto e então a circuncisão se tornaria desde Abrão, o sinal visível do Pacto de Graças, sendo a condição, o selo e rito de iniciação para o ingresso do todos na Igreja Visível do Antigo Testamento.

O rito era administrado aos meninos, ao oitavo dia de vida, para então se tornarem filhos da Aliança (cf. Gn 17,12; Lv 12.3; Lc 2.21; Lc 1.59; Fp 3.5). Naquele tempo, somente se os homens fossem circuncidados é que poderiam se tornar membros da nação de Israel, membros do Povo de Deus. Como bem observou J. D. Douglas e Merril C. Tanney “o rito efetuava a admissão ao companheirismo do povo do pacto e assegurava o indivíduo, como membro da nação”.[1]

Já as esposas e todas as crianças do sexo feminino acompanhavam seus pais, irmãos ou esposos, e eram por eles representadas como os mediadores desta relação pactual. O que simbolizava a submissa relação da Igreja com Deus, intermediada pelo divino-homem Jesus Cristo, o Primogênito conforme escreveu o Apóstolo Paulo: “...a fim de que ele seja o primogênito entre muitos irmãos” (Rm 8.29).

Enquanto que os prosélitos, adultos não judeus que quisessem fazer parte do grêmio de Israel, também deveriam se unir a este Povo pela circuncisão, por vontade própria e de fé. E seus filhos consequentemente eram admitidos sendo circuncidados por causa da fé professada por estes pais ingressos.

Nota-se que “não somente se circuncidavam os descendentes de sangue de Abraão, mas também seus servos, escravos e estrangeiros que moravam dentro da comunidade do pacto (Gn 17.13-14)”.[2]

O que se conclui então é que as crianças no Antigo Testamento não somente acompanhavam seus pais na vida religiosa, como observadoras, mas eram verdadeiramente membros desta comunidade, adoradoras iniciadas pelo rito da circuncisão, como filhas da promessa feita por Deus a seus pais. (Tchai Hoth, monografia, UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE, São Paulo 2009, Parte 03)

[1] DOUGLAS, J. D. e TANNEY, M. C. Diccionário Bíblico Mundo Espano. El Paso: Mundo Hispano y Casa Bautista de Publicaciones, 2003, p. 291.
[2] VINE, W. E. Vine Diccionario Expositivo de Palavras Del Antigo Testamento Exhaustivo. Caribe: Editora Caribe, 1999, p. 75.

7 de abr. de 2014

O Pincel e o Espanador!

O contentamento é o gozo da alma que se descansa na fadiga do dever cumprido, e se fadiga na paz de ter uma missão.

Conta-se que um Pincel, com seus nervos de madeira e entusiasmo de aço, um dia se sentiu triste, mergulhado num mundo cinza, inda que cercado por tantas cores. Ele passou a invejar ninguém mais, ninguém menos do que o humilde espanador, ligeiro, à bailar na mão do serviçal: sempre exigido, sempre eficiente.

Sem que soubesse, também havia nas fibras do Espanador um sentimento encardido. Ele pensava em quão maravilhosa era a vida do Pincel nas mãos do habilidoso pintor. Sentia-se inferiorizado por não traços refinados, imaginação, mundo de cores e vida.

O Pincel desanimado, afogado num copo d´água se sentindo pequeno, incapaz, sujo e molhado, ante a agilidade, organização e limpeza do espanador.

O Espanador reclamando: - “Que vida é esta? Estou sempre no pó, feliz é o pincel cuja vida é uma pintura; como ele criativo, rebuscado, refinado”.

Um invejava o outro. Do fundo de sua solidão, sempre se queixavam pensando ser suas vidas uma lambança, sujeira, imaginando quão feliz era o outro que veio para limpar o mundo, varrer toda a tristeza e ser brilhante! E assim não se valorizavam a si mesmos, por não entenderem o valor da missão de cada um.

Teria o Pincel mais honra? De modo algum, embora sua ação revelasse o mundo, sem o Espanador jamais se veria seus traços, habilidades e realizações. Seria o Pincel alguém menor? Jamais! Pois sem seus traços, o Espanador revelaria apenas, embaixo do pó, uma vida sem surpresas.

Na verdade, de fato, a glória está nas mãos de quem utiliza as peças e ferramentas como bem lhe apraz, como lhe convém, e nisso deverão estar alegres todos os que estão de fato, sendo usados para o bem...". (Tchai Hoth)

4 de abr. de 2014

Marcha para Jesus: Posição Oficial da Igreja Presbiteriana do Brasil

Posição Oficial da Igreja Presbiteriana do Brasil - “Marcha para Jesus”

Quanto ao Doc. 161, 168 e 289 - Ementa: Consulta quanto ao movimento “Marcha para Jesus”...

Considerando:

1) O que estabelece o Art. 97 da CI-IPB: “Compete ao Supremo Concílio, colaborar, no que julgar oportuno, com entidades eclesiásticas, dentro e fora do país, para o desenvolvimento do reino de Deus, desde de que não seja ferida a doutrina presbiteriana”.

2) Que apesar de serem realizados eventos em locais diferentes por outras lideranças evangélicas, existe certa unidade entre eles quanto à natureza, ao propósito, às datas e à teologia. Tanto o uso da marca e do nome “Marcha para Jesus”, quanto a inexistência de qualquer esforço para distinguir-se daquele realizado em São Paulo-Capital demonstram tal unidade.

[...]

4) Que o caráter teológico do evento é contrário às Sagradas Escrituras e aos Símbolos de Fé da IPB, a saber: a) Teologia da Prosperidade; b) Confissão Positiva; c) Batalha Espiritual (inclusive Espíritos Territoriais); d) Teologia Triunfalista; ) E outros.

O Supremo Concílio/IPB-2006 RESOLVE:

1) Pronunciar-se CONTRÁRIO à participação de seus concílios e membros na “Marcha para Jesus” e movimentos ou eventos de NATUREZA TEOLÓGICA SIMILAR;

2) DETERMINA aos concílios e aos pastores que orientem suas igrejas para que NÃO se envolvam com eventos e movimentos dessa natureza. (http://www.executivaipb.com.br/site/atas/SC/SC2006/doc_CXLVIII_161_168_289.pdf)

3 de abr. de 2014

Existe Razão Para Se Batizar Crianças? Parte 02 - Introdução:

BATISMO INFANTIL:
Existe Razão para se Batizar Crianças?

Parte 02 - INTRODUÇÃO:

O assunto considerado neste trabalho buscará responder questões práticas e importantes sobre o sacramento do batismo ministrado às crianças cristãs. Se porventura haveria alguma razão para isto, uma fez que tais infantes são incapazes de crerem, decidirem e se comprometerem com o Evangelho de Jesus Cristo. Portanto faria isto algum sentido?

Se existe ou não alguma razão para se batizar os filhos dos cristãos, este trabalho se dedicará ao assunto se preocupando em apresentar de forma coordenada o leitmotiv, ou a causa motivadora desta tão importante prática de muitas igrejas genuinamente cristãs.

Seria por formalismo, preciosismo o fato dos Protestantes Reformados incluírem suas crianças no rol de membros de suas igrejas, presumindo-se que estas sejam salvas? Como também se faz com os adultos professos em todas as denominações cristãs, presumindo-se que sejam salvos?

Umas vez que as Escrituras foram reveladas para serem compreendidas, e quis Deus acomodar sua Revelação à estrutura do pensamento humano, raciocínio e apreensões da realidade, este trabalho se servirá dos métodos da lógica para o escrutínio deste tão importante tema.

Conforme o entendimento evangélico, Batismo e Santa Ceia são os dois sacramentos do Novo Testamento, por se tratarem de ordenanças explícitas e diretas feitas pelo próprio Senhor Jesus à sua Igreja. E deverão ser ministrados àqueles que presumivelmente são cristãos verdadeiros. Considerando a nota bíblica para a Santa Ceia dizendo que esta deveria ser “discernida” por seus participantes. E para o batismo a nota que este deveria ser ministrado a todos os que se tornassem discípulos de Cristo.

Portanto a questão do batismo de crianças deverá levar em consideração também se uma criança poderá ou não ser aluna, discípula de Cristo, embora ainda não pudesse entender. E se uma criança poderá ou não ser cristã (uma pessoa ungida pelo Espírito Santo), sendo este um dos símbolos do batismo, embora a criança ainda que não pudesse crer.

Para tanto esta obra tem a intenção de apresentar suas pesquisas e conclusões através das teologias bíblica, sistemática e histórica, de forma coordenada e elucidativa. (Tchai Hoth, monografia, UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE, São Paulo 2009, Parte 02 – INTRODUÇÃO)