25 de abr. de 2014

Existe Razão Para Se Batizar Crianças? Parte 04 - As Crianças no Novo Testamento:

1.1 A História das Crianças no Novo Testamento:

Pode uma criança ser discípula, aluna de Cristo? Pode uma criança ter o Espírito Santo de Deus e assim o selo da promessa? Pode uma criança ser salva? Ser considerada filha de Deus? E qual é a relação destas perguntas com o sacramento do batismo? Eis o que diz a história sobre a inclusão das crianças na compreensão do Novo Testamento:

Conforme se pode ler em Colossenses 2.11 e 12, o batismo é considerado no Novo Testamento a circuncisão de Cristo, por possuir o mesmo sentido espiritual. Logo, são igualmente símbolos de uma nova vida, e tudo quanto significou a circuncisão no Antigo Testamento também significará o Batismo agora no Novo Testamento. “Em Cristo, também fostes circuncidados, não por mãos [humanas], mas no despojamento do corpo da carne, que é a circuncisão de Cristo” (Cl 2.11). - Mas Como? E a resposta é: “...tendo sido sepultados, juntamente com Cristo, no batismo...” (Cl 2.12a).

Também se deve considera que nas Escrituras não se encontraram qualquer texto ou prescrição para que se excluam as crianças da Igreja como membros do Corpo de Cristo. Pelo contrário, segundo a determinação de Jesus Cristo para a Igreja, o batismo é no Novo Testamento o único sinal e rito visível para se incluir alguém nesta Igreja e Povo do Pacto: “Ide, portanto, fazei discípulos de todas as nações” (Mt 28.19a) – Como? “batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo” (Mt 28.19b).

Segue-se, portanto que pelo modo ordinário, para alguém ser discípulo de Jesus deverá ser batizado, independendo da idade. E as crianças não deverão ser privadas do privilégio de serem discípulas, alunas de Jesus Cristo, aprendendo inicialmente com o testemunho dos pais ou tutores, pela convivência e depois sendo orientadas na piedade cristã pelo ensino nas Escrituras.

Desta forma os filhos dos cristãos de hoje, não têm menos direito do tinham que os filhos dos israelitas no passado, quando ao serem circuncidados ao oitavo dia, e assim eram iniciados, incluídos na Comunidade do Pacto, tornando-se então filhos e herdeiros da promessa que Deus fez a Abraão, dizendo que abençoaria a descendência de Abraão.

Portanto, quando o Apóstolo Pedro proclamou plenamente o Evangelho da Graça de Deus no dia de Pentecostes, dia da descida do Espírito Santo sobre a Igreja, ele afirmou que as bênçãos e as promessas divinas de salvação não eram somente para os adultos, mas também para seus filhos: “Arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado... e recebereis o dom do Espírito Santo. Pois a promessa é para vós outros, [e] para vossos filhos...” (At 2.38,39).

Promessa também referida pelo Apóstolo Paulo aos Romanos, dizendo que os verdadeiros filhos da promessa feita a Abraão, não são os circuncidados na carne, mas sim os circuncidados no coração (Rm 2.29). “Sabei, pois, que os da fé é que são filhos de Abraão... porque todos quantos fostes batizados em Cristo de Cristo vos revestistes... Dessarte, não pode haver judeu nem grego; nem escravo nem liberto; nem homem nem mulher; porque todos vós sois um em Cristo Jesus. E, se sois de Cristo, também sois descendentes de Abraão e herdeiros segundo a promessa” (Gl 3.7, 27, 29).

Por tudo isto, não é de se admirar que os apóstolos batizassem casas inteiras em suas viagens missionárias. Paulo batizou Lídia e toda a sua casa (At. 16.15); o carcereiro e todos os seus (At 16.32, 33); a casa de Estéfanas (1 Co 1.16). Embora nestes textos não houvesse menção às crianças, é de natural entendimento que as expressões "casa" e "todos os seus" referissem à toda a família do que creu. Ou será que textos como o de Josué 24.15 "Eu e a minha casa serviremos ao SENHOR"; ou Atos 16.31 "Responderam-lhe: Crê no Senhor Jesus e serás salvo, tu e tua casa" são textos que excluem as crianças dessas casas?

Ficando então difícil de imaginar que se ali houvesse crianças, estas teriam sido impedidas e excluídas de tal privilégio, mesmo porque para o Apóstolo Paulo diferente dos filhos dos incrédulos, os filhos dos crentes eram consagrados ou "santos" (1 Co 7.14). E seria natural que o Apóstolo Paulo seguisse o preceito de Jesus Cristo aos discípulos: “que não impedissem as crianças de virem até Ele” (Mc 10.13-16).

Portanto e por tudo, ainda ressoa a poderosa pergunta do Apóstolo Pedro a toda a cristandade: “Porventura, pode alguém recusar a água, para que não sejam batizados estes que, assim como nós, receberam o Espírito Santo?” (Atos 10.47). (Tchai Hoth, monografia, UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE, São Paulo 2009, Parte 04 - As Crianças no Novo Testamento)

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